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Azulejo em Portugal

Produção portuguesa a partir do século XVI


Painel de azulejos na estação de caminho de ferro do Pinhão, Douro

Azulejo e azulejaria foram introduzidos em Portugal pelos árabes. As primeiras utilizações conhecidas do azulejo no nosso país, como revestimento monumental das paredes, foram realizadas com azulejos hispano-mouriscos, importados de Sevilha cerca de 1503. Esta cidade espanhola foi um grande centro de produção de azulejos.
A vinda de ceramistas de outros pontos da Europa para Lisboa originou o início de uma produção portuguesa a partir da segunda metade do século XVI. Os pintores de azulejos serviam-se de gravuras vindas do estrangeiro para criarem revestimentos cerâmicos em grandes paredes, trabalho que obrigava a uma transposição de escala. Cenas religiosas, de caça, guerreiras, mitológicas e satíricas, eram transpostas para azulejo.
Em meados do século XVIII assistiu-se a um aumento do fabrico de azulejos, o que se ficou, também, a dever a grandes encomendas do Brasil. Neste período foram executados inúmeros painéis historiados em Portugal.
Na segunda metade do século XIX o azulejo de padrão, mais barato, cobriu milhares de fachadas. Utilizando técnicas semi-industriais ou industriais e permitindo uma maior rapidez e rigor de produção, as fachadas com azulejo de padrão e cercaduras delimitando as portas e janelas, são elementos fundamentais, através da cor e variações de luz, da identidade urbana em Portugal.
Não podemos deixar de referir a quantidade de obras azulejares nesta região, Trás-os-Montes e Alto Douro, em igrejas, palácios e estações de caminho de ferro. Servem de exemplo, na estação do Pinhão, os painéis representando usos e costumes da cultura da vinha na Região Demarcada do Douro, Património Mundial.
No século XX com a construção do Metropolitano de Lisboa, as suas estações, foram cobertas com composições, fundamentalmente abstractas, renovando definitivamente a tradição portuguesa.
Na década de 1950 foram introduzidas formas geométricas do design artístico na arte da decoração dos azulejos. Muitas obras executadas nessa altura podem observar-se em vários edifícios públicos construídos em Portugal. Como já dissemos, é nesta fase que se começa a decoração das estações de metropolitano de Lisboa com painéis de azulejo.
A partir de 1990, novos projectos surgiram aliados aos grandes empreendimentos que se realizaram em Portugal. Exemplos desta fase recente são os painéis que decoram as paredes do Oceanário no Parque das Nações em Lisboa.

Na imagem: um dos painéis da estação de caminho de ferro, no Pinhão - Alto Douro

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