Cuidados na elaboração de uma tapeçaria
Compressão da trama e perfis das margens
Tivemos já a oportunidade de referir que a trama é o fio de lã que se faz passar pela teia ou urdidura. Quanto mais fio de lã se vai fazendo passar pela urdidura, maior se vai tornando a trama. À medida que se introduzem novos fios de outras cores, vão restando, nas costas da tapeçaria, fios pendentes que posteriormente serão ou não cortados. De um modo ou de outro, a trama que se vai formando e crescendo deve ser devidamente apertada ou comprimida, dando assim consistência e resistência à obra. A este propósito, note-se que há diferença entre um trabalho resultante de tecelagem e um trabalho de tapeçaria tecida. No primeiro, o fio é passado uniforme e consecutivamente de uma margem à outra da teia. No segundo, o fio, normalmente, é cortado por diversas vezes e interrompido o seu entrelaçamento para introdução de um outro fio de outra cor ou espessura, em qualquer área ou ponto do trabalho, cumprindo o estabelecido no projeto.Aqueles fios que acabam por ficar pendentes na parte de trás da tapeçaria, no caso particular de se pretender cortar para finalização do trabalho, é obrigatório que a compressão da trama tenha sido feita prévia e devidamente para que não se corra o risco de áreas da tapeçaria poderem desfazer-se. Assim, a compressão da trama deve efetuar-se muitas vezes ao longo de toda a execução, por pequenas áreas. Esta compressão é executada com um pente apropriado para o efeito, como referimos em artigo anterior, mas as mãos do executante podem também fazer esse trabalho que, como vimos, é muito importante.
Um outro cuidado a considerar na elaboração de uma tapeçaria tecida artística é manter, tanto quanto for possível, os perfis das margens esquerda e direita retilíneos, evitando o estrangulamento da tapeçaria. Contudo, o artista ou artesão poderá considerar apropriado segundo os seus objetivos artísticos e a obra que idealizou, evidenciar precisamente o contrário, ou seja, o tal desvio ou irregularidade das margens.
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